Com a chegada do mês de dezembro, as pessoas ficam ansiosas para comprarem algo com a parcela do 13º salário. Adquirir uma roupa nova, viajar, garantir uma ceia farta de Natal são alguns dos planos mais comuns. Entretanto, nessas horas, é preciso ter cautela.
Segundo a especialista em finanças e coordenadora dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da UNINASSAU Campina Grande, Danielle Sobreira, o primeiro passo é entender o 13º salário como parte da renda anual. “Ele precisa ser tratado com responsabilidade. A principal prioridade é organizar a vida financeira antes de pensar em consumo e identificar contas atrasadas ou dívidas que geram juros. Também é importante avaliar despesas fixas dos meses seguintes, reservar parte do valor para situações emergenciais e planejar os gastos típicos de início de ano, como IPVA, IPTU, material escolar e matrícula”.
Antes de qualquer coisa, Danielle sugere fazer um diagnóstico simples da situação financeira respondendo a seguinte pergunta: o que eu devo, gasto e consigo guardar?. Após essa avaliação, o passo seguinte é tomar decisões mais conscientes e menos impulsivas. “Quem está endividado precisa enxergar o 13º como uma oportunidade de recomeço financeiro, não como um convite ao consumo”.
Sobreira faz orientações para quem se encontra endividado. Priorize o pagamento de dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial; negocie débitos, buscando descontos e parcelamentos viáveis; evite assumir novas parcelas sem planejamento; e direcione parte do valor para formar uma pequena reserva de emergência.
Já para as pessoas que não têm dívidas, ela orienta guardar para despesas do início do ano (impostos e educação); criar ou reforçar uma reserva de emergência; e usar uma parte para lazer, viagens ou bens desejados, mas sempre à vista e dentro dos limites. Evitar parcelamentos longos e compras por impulso é essencial.
“O prazer imediato não pode comprometer a tranquilidade dos próximos meses. Então, o 13º salário deve ser visto como uma ferramenta de organização financeira. Ele pode significar alívio, estabilidade ou crescimento, dependendo da forma como é utilizado. Quem planeja tem menos estresse, mais controle e melhor qualidade de vida”, finaliza a especialista.






