Em conversa com jornalistas após a 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, realizada na noite de ontem (8), em Assunção, no Paraguai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deixou o encontro animado com a possibilidade de que o bloco firme novos acordos comerciais, em especial com a União Europeia.

Eu estou muito otimista com relação ao possível acordo com a União Europeia. Eu sou otimista com relação ao nosso processo de integração. Um dado concreto é que tem uma consciência política hoje de que juntos temos muito mais chance de formarmos um bloco economicamente forte, politicamente respeitado, para ser levado muito a sério”, disse o presidente.
“A reunião do Mercosul foi muito importante porque tem perspectivas extraordinárias de novos acordos. Eu estou muito otimista com relação ao possível acordo com a União Europeia. Eu sou otimista com relação ao nosso processo de integração. Um dado concreto é que tem uma consciência política hoje de que juntos temos muito mais chance de formarmos um bloco economicamente forte, politicamente respeitado, para ser levado muito a sério”, disse Lula.

O presidente também destacou a presença do Panamá e da Guiana no encontro. “Nós trouxemos o Panamá para participar, a Guiana, que representa o Caricom, participou da reunião”, comentou. A Comunidade do Caribe (Caricom) é formada por 15 países – Antígua e Barbuda, Bahamas, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lucia, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago – e cinco associados – Anguilla, Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas e Ilhas Turcas e Caicos.

Durante o encontro, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, passou a Presidência do bloco ao presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou. Lula desejou sucesso ao presidente uruguaio. “Espero que tenha a mesma sorte que o Santiago Peña, de fazer com que o Mercosul continue se fortalecendo”, desejou o líder brasileiro.

Gênero
Indagado sobre as discussões em torno da questão de gênero durante a cúpula, Lula defendeu que a pauta seja cada vez mais debatida. “Eu acho que a questão de gênero é tão séria no mundo de hoje porque há muitos séculos a gente não via o crescimento da violência contra a mulher como a gente está vendo hoje. A questão de gênero é uma necessidade, tem de estar em todos os discursos, em todos os programas, em toda movimentação política do mundo”, defendeu o presidente brasileiro.

Participação social
Outro ponto ressaltado por Lula foi que a sociedade civil organizada seja cada vez mais ouvida e se posicione sobre os assuntos relativos ao Mercosul. “A novidade desse processo de integração é a participação social. Não custa nada os presidentes dos países ouvirem os dirigentes sindicais, o movimento social fazer a sua pauta de reivindicação, nos criticar. Isso é tudo saudável para a democracia. Então nós vamos continuar a defender”, afirmou.