Em apenas 48 horas, a PRF retirou de circulação cerca de 143 quilos de ouro em estradas de Roraima e Pará. O material apreendido nas duas ocorrências é avaliado em mais R$ 80 milhões. Nesta quarta-feira (6/8), apreendeu cerca de 40 kg de ouro maciço transportados em uma caminhonete com quatro ocupantes (dois adultos, um adolescente e uma criança). O flagrante ocorreu em Altamira (PA), na BR-230 (Transamazônica). Os adultos foram encaminhados para a Polícia Federal (PF) e os menores para as autoridades competentes.

É a segunda maior apreensão da história das rodovias federais. Antes, na segunda-feira (4), policiais rodoviários federais haviam recolhido, na BR-401, em Boa Vista (RR), 103 quilos do metal transportados em uma caminhonete. O motorista foi detido e encaminhado junto com o material apreendido para a Polícia Federal.

Os dois estados onde ocorreram as apreensões fazem parte da Amazônia Legal e sofrem com a degradação do garimpo ilegal, principalmente em territórios indígenas.

As operações são resultado do Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas). A iniciativa do Governo Federal foi lançada em 2023 para intensificar o combate ao crime organizado. E reforçou a presença do Estado brasileiro no Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, a Amazônia Legal.

Recordes
Desde que entrou no Plano AMAS, em meados de 2023 – antes mesmo do repasse de recursos e da aquisição de equipamentos para as forças envolvidas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) – a PRF vem batendo recordes em ações de combate a crimes ambientais na Amazônia Legal. Em dois anos de atuação, mais de 1,8 milhão de veículos e 2,3 milhões de pessoas, muitas com extensa ficha criminal, foram abordados pela PRF nas BRs da região. As mais de 23.500 ações de fiscalização resultaram em grandes volumes de prisões e apreensões de madeira, minerais, animais silvestres e veículos utilizados nas ações criminosas.

Prejuízo
Além das apreensões e prisões, a PRF impôs enorme prejuízo ao crime organizado, com a inutilização e destruição de equipamentos utilizados no garimpo ilegal, como balsas, dragas, motores, tratores, escavadeiras, caminhonetes, caminhões e aeronaves.

Coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o plano prevê investimentos de R$ 1,2 bilhão de recursos do Fundo Amazônia, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para capacitação e mobilização de efetivos, reforço em ações de inteligência e fiscalização e aquisição e aluguel de helicópteros, lanchas e viaturas.

Recentemente, para ampliar seu efetivo na região, a PRF lotou 521 novos policiais do último curso de formação nos estados vinculados ao Plano Amas. Também foram incorporadas 72 novas viaturas operacionais para emprego em áreas de difícil acesso, onde geralmente estão os garimpos clandestinos e a extração ilegal de madeira.

Antes da aquisição, a PRF estava operando no Plano AMAS com efetivo, viaturas e aeronaves próprias. Todas as novas viaturas possuem tração integral e espaço para o transporte de equipamentos utilizados nas operações.

A figura do garimpeiro de picareta e bateia na Amazônia foi substituída pelo criminoso armado de fuzil, aparelhado com aviões, helicópteros, balsas, dragas e outros equipamentos milionários. Tudo financiado pelo crime organizado”, defende o diretor-geral da PRF, Antonio Fernando Oliveira.

Além dos imensuráveis, e em muitos casos, irreparáveis, danos ao meio ambiente e populações tradicionais, as organizações criminosas levam o terror para aquela região, como trabalho escravo, exploração sexual, tráfico de drogas, armas e toda de crimes. Somente o Estado forte e equipado pode fazer frente a essa ameaça.”