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As corridas de rua têm se tornado um sucesso por todo Brasil, com vários eventos desta modalidade crescendo nos últimos anos. Essa prática saudável também se tornou uma febre nas redes sociais, fazendo com que mais pessoas comecem a aderir a essa moda fitness.

Porém, alguns eventos têm registrado casos de mal súbito durante as provas. No último domingo (16), um empresário de 48 anos de idade faleceu em uma corrida de rua, em João Pessoa. O fato trouxe à tona uma discussão sobre a necessidade de uma legislação específica para obrigar as organizações a exigirem a apresentação de um laudo médico no ato da inscrição.

Segundo Rodrigo Cézar, especialista em fisiologia do exercício e docente do curso de Educação Física da UNINASSAU Campina Grande, esse tipo de ocorrência não diminui a importância das atividades físicas. “Essa tragédia não deve nos fazer negligenciar seus inúmeros benefícios. Pelo contrário, ela deve funcionar como um alerta contundente: o exercício é, de fato, um remédio poderoso, mas, como qualquer medicamento, exige a dose, a avaliação e a supervisão corretas”.

O educador físico explica que ocorrências de mal súbito nestes eventos esportivos não é algo comum ou decorrente deles, mas se dá por uma série de fatores. “A maioria dos casos está associada a condições médicas pré-existentes e, muitas vezes, não diagnosticadas, como doenças cardiovasculares, a exemplo da miocardiopatia hipertrófica ou doença arterial coronariana”, explica.

Outro fator preocupante é a preparação física prévia, que também pode influenciar na ocorrência de mal súbito. “A má preparação aumenta o estresse imposto ao sistema cardiovascular. Ou seja, se o corpo não está preparado para aquele esforço e o corredor o coloca nessas condições, acaba forçando ao extremo. E um grande vilão é formado quando isso se junta à hidratação inadequada, alimentação sem acompanhamento nutricional e falta de descanso”, pontua.

Dicas para quem está iniciando

Para quem está iniciando no mundo das corridas, assim como em qualquer atividade física, é preciso realizar avaliações médicas regulares, especialmente para exercícios de média e alta intensidade. “Isso é essencial para identificar doenças silenciosas, principalmente as cardiovasculares. Outra dica é procurar um profissional de Educação Física, pois somente ele está capacitado para avaliar, planejar e monitorar todo o treinamento. Por último, também é necessário buscar um nutricionista com o intuito de adequar a dieta à rotina”, complementa Rodrigo Cézar.

 

Ascom Uninassau/CG