Quando um familiar ou alguém muito querido falece, é natural sentir a perda nos primeiros meses, pois a morte é um processo natural do ser humano. Entretanto, saber lidar com a dor do luto é algo muito particular. Alguns conseguem, com o tempo, dar novo sentido à ausência. Já outros têm mais dificuldade em lidar com o vazio que fica.
De acordo com Aline Santos, coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU Campina Grande e doutoranda em Psicologia, as fases do luto dependem de vários fatores, como a história de vida, a forma de lidar com as emoções, o vínculo com quem ou o que foi perdido e até o tipo de apoio durante o momento. “Quando a dor não encontra espaço para ser vivida e simbolizada, pode se tornar mais intensa e duradoura. É uma espécie de travamento emocional. Ou seja, a pessoa fica presa ao sofrimento e tem dificuldade de seguir adiante”.
Aline explica as fases do luto por meio de um estudo da psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross. Elas são divididas em cinco: negação, raiva, negociação (ou barganha), depressão e aceitação. “É importante lembrar que não acontecem em uma ordem rígida, podendo se sobrepor, voltar ou se manifestar de maneiras diferentes em cada pessoa”.
A superação pode durar alguns meses ou perdurar anos. Segundo a psicológa, não há um tempo certo. No entanto, quando a tristeza é permanente, é necessário dar uma maior atenção aos pacientes. “Quando a dor permanece muito intensa e a pessoa não consegue retomar suas atividades, sentir prazer ou reconstruir a rotina mesmo depois de bastante tempo, pode ser um sinal de que o luto não foi elaborado. Nesses casos, buscar ajuda psicológica é fundamental. A terapia oferece um espaço de acolhimento e escuta, permitindo ressignificar a perda e cuidar das emoções”, explica.
Como viver o luto de forma saudável?
A coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU Campina Grande, Aline Santos, explica que viver o luto é, antes de tudo, se permitir sentir, chorar, falar sobre o ente querido e lembrar dos bons e maus. Ela sugere buscar apoio emocional em familiares, amigos ou profissionais.
“Pequenos rituais simbólicos, como escrever uma carta, fazer uma homenagem ou guardar lembranças, também são formas de transformar a dor em saudade e manter viva a presença afetiva de quem se foi. É importante não se cobrar para superar rápido ou seguir em frente, como se nada tivesse acontecido. É preciso tempo e espaço. No fundo, o luto é o outro lado do amor. É o preço que pagamos por ter vivido algo ou alguém importante para nós”.
Ascom Uninassau/CG






