Em entrevista ao Canal Livre deste domingo (2), o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, defendeu que as facções criminosas precisam ter tratamento à altura de terroristas. No último dia 28 de outubro, a polícia realizou a Operação Contenção, que deixou mais de 120 mortos nos Complexos da Penha e do Alemão.
“Nós precisamos de um combate mais efetivo. A polícia está enfrentando, na verdade, uma guerra irregular, uma guerra assimétrica. São atores armados não estatais, são grupos extremamente bem armados e que não têm qualquer compromisso com a população local. Praticam atos de terrorismo. já ultrapassou muito a criminalidade comum e por isso que eu insisto aqui em chamar essas facções de narcoterroristas e eles têm que ter um tratamento à altura”, afirmou Curi.
Ao se referir à “guerra assimétrica”, o secretário comparou os armamentos usados por criminosos, como drones e armas, como AK-47, que não fazem parte do equipamento utilizado pelas corporações.
“Eles utilizam drones que lançam artefatos explosivos, fuzis, granadas, enquanto as polícias só podem usar fuzis.762,.556, não podem usar granadas, não podem usar drones que atiram, por exemplo, não podem ter um blindado de esteira…”, relatou.
Curi defende que haja uma mudança na legislação para que os agentes tenham acesso aos armamentos e possam diminuir a assimetria ao combater os criminosos.
“É importante que haja uma mudança efetiva na legislação, enquadrando esses criminosos como terroristas e flexibilizando, ampliando a possibilidade, por exemplo, das polícias adquirirem esse tipo de equipamento”, completou.
Deflagrada na manhã desta terça-feira (28), a Operação Contenção, nos complexos da Penha e do Alemão, deixou ao menos 126 mortos, segundo a Polícia Militar, e 132 segundo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Já de acordo com o governador do Rio de Janeiro, são 58 vítimas. O delegado e secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, contabiliza 119 mortos.
Para o diretor de jornalismo da Band, Rodolfo Schneider, a megaoperação expôs como o Complexo do Alemão se tornou um santuário e centro de comando para criminosos de todo o país. Leia a análise sobre o assunto: “Complexo do Alemão virou o bunker do tráfico no Brasil”
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