O pagamento de juros no Brasil atingiu um recorde histórico, consumindo 10% da renda das famílias. Além disso, as taxas abusivas de empréstimos e cartões de crédito colocam o país em primeiro lugar mundial em endividamento, segundo a Serasa, com 78 milhões de brasileiros com contas ou dívidas em atraso.

Somando todas as parcelas devidas, as dívidas comprometem quase 30% do orçamento familiar. Por consequência, uma parte significativa da renda é destinada apenas ao pagamento das altas taxas de juros. De acordo com o Banco Central, esse é o maior índice registrado desde o início da pesquisa, em 2005.

Além disso, o percentual brasileiro supera em muito a média de outros países: é três vezes maior que a do Japão e Estados Unidos, e seis vezes maior que a da Itália. Portanto, o endividamento no país é considerado extremo em comparação global.

A economista Daliane Poças explica que a alta taxa básica da economia, a Selic, atualmente em 15% ao ano, é a maior desde 2006. Assim, os juros altos desaceleram a economia e dificultam o acesso ao crédito.

Consequentemente, tanto trabalhadores quanto empresas enfrentam desafios financeiros. Além disso, as empresas dependem de crédito para investimentos, e a taxa elevada prejudica empresários e as pessoas mais pobres, reforçando o ciclo de endividamento.

Portanto, especialistas alertam para os efeitos combinados de juros elevados e inadimplência no orçamento das famílias, que continuam a comprometer a renda e o consumo.

 

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