O governo Trump criticou duramente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, chamando-o de “tóxico”. A declaração foi feita em publicação oficial do Departamento de Estado dos EUA, nesta segunda-feira (18). A reação ocorreu logo após a decisão do ministro Flávio Dino, que determinou que leis estrangeiras não podem ter efeito imediato no Brasil.

De acordo com o comunicado, Moraes é considerado “tóxico para todas as empresas e indivíduos legítimos que buscam acesso aos EUA e seus mercados”. Além disso, o Bureau of Western Hemisphere Affairs reforçou que nenhum tribunal estrangeiro pode invalidar sanções impostas pelos Estados Unidos.

Postagem oficial e riscos de sanções
Na publicação, o governo Trump enfatizou que cidadãos americanos estão proibidos de realizar transações com Moraes. Contudo, o comunicado também alertou que estrangeiros que apoiem “violadores de direitos humanos” podem sofrer sanções severas. Assim, a nota foi replicada pela conta da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, ampliando sua repercussão e alcance.

Decisão de Dino
A crítica dos EUA surgiu em resposta direta à decisão de Flávio Dino. O ministro considerou que decisões judiciais e leis estrangeiras não têm validade no Brasil sem análise da Justiça brasileira. Segundo ele, permitir o contrário configuraria uma violação da soberania nacional.

Dino destacou ainda que ordens executivas, leis ou decisões judiciais estrangeiras não podem afetar empresas, contratos ou cidadãos brasileiros sem homologação prévia. Nesse contexto, a decisão foi motivada por uma ação do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que contestou medidas tomadas por municípios brasileiros diretamente na Justiça do Reino Unido contra mineradoras.

Entrevista de Moraes
Enquanto isso, em entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, Alexandre de Moraes afirmou que “não há a menor possibilidade de recuar nem mesmo um milímetro” no processo sobre a tentativa de golpe. Portanto, ele reforçou que o STF avaliará todas as provas com rigor: “quem tiver de ser condenado vai ser condenado, e quem tiver de ser absolvido será absolvido”.

O jornal descreveu Moraes como um ministro acostumado a enfrentar embates com poderosos e que adota a postura de “nunca desistir, sempre avançar”.