A presidente eleita do PT da Paraíba, deputada estadual Cida Ramos, afirmou em entrevista ao programa Ô Paraíba Boa que o partido poderá apoiar os nomes de João Azevêdo (PSB) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ao Senado nas eleições de 2026, mesmo que eles componham chapas diferentes. Segundo Cida, o critério do partido será o compromisso concreto com a reeleição do presidente Lula (PT).
“O presidente Lula tem sinalizado que deseja os dois no Senado. Veneziano é líder do governo e tem sido correto com o Palácio do Planalto, e João Azevêdo é aliado nacional do PT. Se ambos estão do nosso lado na defesa da democracia e da soberania nacional, não há problema em apoiá-los em campos distintos”, afirmou.
Cida também não descartou a possibilidade de o PT lançar uma candidatura própria ao governo do estado, caso os nomes que compõem o bloco governista não garantam um palanque sólido para Lula. “Se for necessário garantir um palanque ao presidente, o PT não hesitará em construir sua própria candidatura”, disse.
Foco na unidade interna e protagonismo nacional
Primeira mulher eleita para a presidência do PT na Paraíba, Cida Ramos reconheceu os desafios de pacificar o partido após embates internos, como os ocorridos nas eleições de 2024, e defendeu uma estratégia de unidade e mobilização para fortalecer a legenda no estado.
“Nosso desafio é reorganizar o partido e ampliar a bancada federal e estadual. O PT tem quadros qualificados, tempo de TV, presença em todo o estado e uma militância combativa. Vamos trabalhar para estar à altura do papel que o partido pode cumprir na Paraíba”, afirmou.
Entre os nomes cotados para as eleições proporcionais estão Luiz Couto, Ricardo Coutinho, Frei Anastácio, Marcos Henriques e Pedro Matias.
Interiorização e combate à desigualdade
Cida também destacou a necessidade de o partido investir na formação de lideranças no interior do estado e em pautas que respondam às desigualdades regionais. “O PT precisa estar presente em Campina Grande, Patos, Cajazeiras. Precisamos de um plano regionalizado de desenvolvimento, que dialogue com a realidade do povo”, defendeu.
Ela citou áreas como agricultura familiar, energias renováveis, turismo e indústria como eixos estratégicos para a geração de emprego e renda. “Não podemos naturalizar uma Paraíba onde o Bolsa Família pesa mais que a renda formal em boa parte dos municípios. Queremos transformar a assistência em inclusão produtiva”, concluiu.