O presidente do INSS estima em 2 bilhões de reais o dinheiro necessário para ressarcir aposentados vítimas da fraude na Previdência. Mais de três milhões de pessoas já disseram que tiveram descontos ilegais nas contas.
Com o bloqueio judicial de quase R$ 3 bi de entidades investigadas na fraude, o governo já teria, em tese, o suficiente para cobrir os desvios nas aposentadorias. Mas a venda dos bens ainda depende de decisões da justiça.
O governo ainda acredita que vá precisar usar dinheiro público para pagar as vítimas, por meio de uma medida provisória com crédito extraordinário. E depois repor o que foi gasto com a venda dos bens. Mais de 3 milhões de aposentados e pensionistas já declararam que foram roubados pelas associações.
O calendário de pagamento deve sair logo depois que o Supremo determinar a suspensão de processos de indenização das vítimas contra o estado. O pedido foi feito nesta quinta-feira pelo governo, que teme ter que pagar por danos morais. A expectativa ainda é que os pagamentos comecem em julho.
“Se todas essas contestações forem mesmo irregulares, porque a gente ainda não tem a resposta do nosso cidadão, então o prejuízo ou o dano seria de r$ 1,8 bilhão sem correção. Corrigido os valores, R$ 2,12 bilhões, mais ou menos”, disse Gilberto Waller, presidente do INSS.
A partir desta sexta, os primeiros aposentados e pensionistas que procuraram os Correios pessoalmente podem retornar à agência para verificar se as associações apresentam provas de que não houve fraude.
Caso isso não tenha ocorrido, essas pessoas entram para a lista do que devem ser ressarcidos.
A CPI mista para investigar o escândalo deve ser instalada na próxima semana, no Congresso. A Polícia Federal quer mostrar trabalhos antes da CPMI começar e já tem uma lista com 50 nomes de pessoas que devem ser intimadas.
BAND/UOL