Os meses de junho e julho são marcados pelo clima frio, com chuvas e temperaturas mais baixas. Esse tempo é mais propício para o aumento no número de casos de gripe e resfriado. Com isso, quando adoecem, muitas pessoas recorrem aos antigripais, medicamentos que não precisam de uma receita médica.
Mas, apesar de parecer algo inofensivo, isso pode ser potencialmente perigoso à saúde do corpo. O farmacêutico Pablo Rayff da Silva, docente do curso de Farmácia da UNINASSAU Campina Grande, detalha alguns destes riscos. “Esses medicamentos são, na maioria das vezes, associações de substâncias, como analgésicos, antitérmicos, descongestionantes nasais e anti-histamínicos. Quando usados de forma incorreta, podem causar efeitos adversos. Por exemplo, aumento da pressão arterial, taquicardia, sonolência excessiva ou, em casos de quadros mais graves de superdosagens, intoxicação hepática, especialmente quando contêm paracetamol”, explica.
Esse uso indiscriminado, segundo o especialista, também costuma mascarar sintomas de doenças mais graves e atrasar um diagnóstico adequado. O problema pode se agravar quando o paciente possui comorbidades.
“Pessoas com problemas cardiovasculares podem apresentar riscos no caso de descongestionantes à base de fenilefrina ou pseudoefedrina, comuns nesses medicamentos. Pacientes com dificuldades hepáticas ou renais correm maior risco de toxicidade. Além disso, a utilização em conjunto com medicações de uso contínuo pode gerar interações perigosas. Quem tem comorbidades deve consultar um profissional de saúde”.
Pablo Rayff alerta para cuidados básicos no momento de comprar um antigripal, sendo importante ler o que está na bula. “Verifique se já está fazendo utilização de outros medicamentos com os mesmos princípios ativos, principalmente o paracetamol, para evitar overdose. Não ultrapasse a dose recomendada e nem prolongue o uso por mais de 3 a 5 dias. Se um paciente com comorbidades tiver uma piora no quadro, sentir febre persistente ou surgir sintomas como falta de ar, dor torácica ou confusão mental, é preciso procurar imediatamente um atendimento médico. E nunca administre em crianças sem uma orientação específica”.