O mercado financeiro registrou mais um dia de instabilidade, com o dólar comercial fechando o dia 2 em alta e alcançando o maior valor nominal desde a criação do real, enquanto a Bolsa de Valores encerrou o pregão em queda após oscilar entre ganhos e perdas ao longo do dia.

A moeda norte-americana foi negociada a R$ 6,069 no fechamento, com alta de R$ 0,068 (+1,13%). Durante o dia, o dólar operou em terreno positivo, atingindo a máxima de R$ 6,09 por volta das 13h.

No mercado acionário, o índice Ibovespa, principal indicador da B3, registrou forte volatilidade. Apesar de ter chegado a subir 0,13% às 14h50, o índice recuou na reta final das negociações e encerrou o dia com queda de 0,34%, aos 125.235 pontos.

Dólar
A incerteza sobre o pacote fiscal do governo e a ausência de avanços concretos em medidas econômicas importantes pesaram sobre o humor dos investidores. Entre os pontos de tensão estão a falta de envio ao Congresso da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para limitar o abono salarial e os projetos de lei que visam reformular a previdência dos militares e alterar a tributação do Imposto de Renda.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve no Palácio do Planalto ao longo da tarde, finalizando os ajustes no texto das propostas. A demora na definição do pacote reforça as incertezas e contribui para a volatilidade nos mercados.

O pacote
O pacote fiscal do governo é um conjunto de medidas econômicas e administrativas implementadas com o objetivo de equilibrar as contas públicas, reduzir o déficit fiscal e garantir a sustentabilidade das finanças do país.

Ele pode incluir propostas de aumento ou reestruturação de impostos, corte de gastos públicos, reformas estruturais e iniciativas para estimular a arrecadação ou melhorar a eficiência do gasto público.

Normalmente, o pacote é anunciado em momentos de crise fiscal ou quando há necessidade de garantir a credibilidade econômica junto a investidores e organismos internacionais. Essas medidas costumam gerar debates, pois podem ter impactos diretos na população, como mudanças na carga tributária ou ajustes em programas sociais.